Teste por Correntes de Focault em vez do Teste Hidrostático

maio 24, 2025

Principais pontos

  • O ECT identifica defeitos em estágio inicial — como trincas, corrosão e redução de espessura — antes que ocorram vazamentos, sendo preferido ao teste hidrostático sob a norma ASTM B111.

  • O ECT é mais rápido, não destrutivo e fornece dados detalhados sobre a integridade do tubo, enquanto o teste hidrostático só detecta vazamentos quando o defeito já atravessou o material.

  • Indústrias como nuclear, refinarias e petroquímicas utilizam o ECT para garantir segurança e confiabilidade em tubos de trocadores de calor e condensadores, reduzindo falhas inesperadas e paradas caras.

O que é o Ensaio por Correntes Parasitas e como funciona?

O ECT é um método eletromagnético de END aplicado a materiais condutores. O princípio básico é a indução eletromagnética: uma bobina com corrente alternada gera correntes circulares (correntes parasitas) no material metálico. Se o material estiver íntegro, essas correntes fluem de forma previsível. Defeitos como trincas ou corrosão alteram esse fluxo, modificando a resposta magnética. A medição dessas alterações permite localizar falhas.

Simplificando: o ECT funciona como um “detector de defeitos” que escaneia o tubo e detecta qualquer interrupção no campo magnético — revelando possíveis problemas. Ele é ideal para tubos de ligas de cobre como os especificados pela ASTM B111.

Qual é a diferença entre ECT e o teste hidrostático?

São métodos com abordagens completamente diferentes:

  • Teste hidrostático: Preenche-se o tubo com água (ou fluido) e aplica-se pressão. Detecta vazamentos causados por falhas completas na espessura da parede.

  • ECT: Usa uma sonda eletromagnética sem fluido nem pressão. Detecta microdefeitos antes que se transformem em vazamentos.

O teste hidrostático verifica a resistência à pressão, mas tem sensibilidade limitada. Além disso, exige muito tempo, drenagem e secagem. Já o ECT é rápido, limpo, não danifica o tubo e pode ser feito durante paradas programadas.

Comparativo entre ECT e Teste Hidrostático

Característica Correntes Parasitas (ECT) Teste Hidrostático
Método Varredura eletromagnética Pressurização com fluido
Detecta Trincas, corrosão, perda de espessura Vazamentos por falhas completas
É destrutivo? Não Pode romper tubos frágeis
Preparação Mínima, rápida Demorada (encher, pressurizar, secar)
Dados fornecidos Detalhados, em tempo real Apenas aprovação/reprovação
Sensibilidade Alta (falhas em estágio inicial) Baixa (apenas falhas evidentes)

O quão preciso é o ECT?

O ECT é de 4 a 8 vezes mais sensível que o teste hidrostático. Detecta trincas microscópicas, cavidades por corrosão e afinamentos muito antes de ocorrer qualquer vazamento.

É usado com confiança em geradores de vapor nucleares devido à sua precisão e repetibilidade. Com equipamentos modernos e calibração adequada (como na norma ASTM E243), é possível até medir a profundidade de falhas.

Vantagens do Ensaio por Correntes Parasitas

  • Detecta falhas antes de se tornarem críticas: Permite ações preventivas.

  • Não destrutivo e sem sujeira: Sem risco de estourar tubos fracos.

  • Rápido e eficiente: Ideal para inspeção de milhares de tubos em paradas curtas.

  • Cobertura total do tubo: Inspeção de 360° com bobinas internas ou externas.

  • Resultados imediatos e rastreáveis: Dados em tempo real, com registro histórico.

  • Menor tempo de inatividade: Pode ser feito durante manutenção planejada sem desmontagem.

Por que o ECT é ideal para tubos de cobre e ligas?

Tubos de cobre e ligas como C12200, C44300 e C70600 são comuns em trocadores de calor por sua condutividade e resistência à corrosão — mas têm paredes finas.

O ECT consegue detectar defeitos mínimos sem aplicar esforço físico, o que preserva a integridade do tubo. Por isso a norma ASTM B111 prioriza o ECT como método padrão de inspeção (Copper Development Association).

Por que o ECT é preferido em aplicações industriais e nucleares?

  • Segurança e manutenção preditiva: Uma trinca em gerador de vapor nuclear pode causar contaminação. O ECT evita esse tipo de falha crítica.

  • Conformidade com normas: ASTM B111 exige ECT como método principal. Teste hidrostático é opcional.

  • Confiabilidade e operação contínua: Detecta tubos enfraquecidos antes que causem paradas inesperadas.

  • Aplicável a diversos materiais: Funciona com cobre-níquel, latão, Inconel®, aço inox, etc.

  • Economia e praticidade: Dispensa grandes volumes de água, bombas e andaimes. Equipamentos são portáteis e podem ser usados apenas nas áreas críticas.

Por Que o ECT Supera o Teste Hidrostático na Norma ASTM B111

O ensaio por correntes parasitas é hoje o método preferido de END para tubos sob a norma ASTM B111.

É mais sensível, rápido, confiável e seguro. Enquanto o teste hidrostático apenas confirma que o tubo “não vaza agora”, o ECT verifica se há falhas que podem evoluir para vazamentos no futuro.

Em ambientes industriais críticos, onde segurança e continuidade são indispensáveis, ECT é a escolha ideal para garantir integridade e eficiência operacional.

Referências

“Especificação para tubos de cobre e ligas de cobre sem costura para condensadores”, ASTM International. https://store.astm.org/b0111_b0111m-18a.html

“Prática padrão para exame eletromagnético (correntes parasitas) de tubos de cobre e suas ligas”, ASTM International. https://www.astm.org/e0243-20.html

“Código ASME para caldeiras e vasos de pressão”, ASME. https://www.asme.org/codes-standards/find-codes-standards/bpvc

“Ligas de cobre-níquel em ambientes marinhos”, Copper Development Association. https://www.copper.org/applications/marine/cuni/

“Centro de Recursos em Ensaios Não Destrutivos”, NDE-ED. https://www.nde-ed.org