Principais pontos
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O ECT identifica defeitos em estágio inicial — como trincas, corrosão e redução de espessura — antes que ocorram vazamentos, sendo preferido ao teste hidrostático sob a norma ASTM B111.
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O ECT é mais rápido, não destrutivo e fornece dados detalhados sobre a integridade do tubo, enquanto o teste hidrostático só detecta vazamentos quando o defeito já atravessou o material.
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Indústrias como nuclear, refinarias e petroquímicas utilizam o ECT para garantir segurança e confiabilidade em tubos de trocadores de calor e condensadores, reduzindo falhas inesperadas e paradas caras.
O que é o Ensaio por Correntes Parasitas e como funciona?
O ECT é um método eletromagnético de END aplicado a materiais condutores. O princípio básico é a indução eletromagnética: uma bobina com corrente alternada gera correntes circulares (correntes parasitas) no material metálico. Se o material estiver íntegro, essas correntes fluem de forma previsível. Defeitos como trincas ou corrosão alteram esse fluxo, modificando a resposta magnética. A medição dessas alterações permite localizar falhas.
Simplificando: o ECT funciona como um “detector de defeitos” que escaneia o tubo e detecta qualquer interrupção no campo magnético — revelando possíveis problemas. Ele é ideal para tubos de ligas de cobre como os especificados pela ASTM B111.
Qual é a diferença entre ECT e o teste hidrostático?
São métodos com abordagens completamente diferentes:
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Teste hidrostático: Preenche-se o tubo com água (ou fluido) e aplica-se pressão. Detecta vazamentos causados por falhas completas na espessura da parede.
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ECT: Usa uma sonda eletromagnética sem fluido nem pressão. Detecta microdefeitos antes que se transformem em vazamentos.
O teste hidrostático verifica a resistência à pressão, mas tem sensibilidade limitada. Além disso, exige muito tempo, drenagem e secagem. Já o ECT é rápido, limpo, não danifica o tubo e pode ser feito durante paradas programadas.
Comparativo entre ECT e Teste Hidrostático
Característica | Correntes Parasitas (ECT) | Teste Hidrostático |
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Método | Varredura eletromagnética | Pressurização com fluido |
Detecta | Trincas, corrosão, perda de espessura | Vazamentos por falhas completas |
É destrutivo? | Não | Pode romper tubos frágeis |
Preparação | Mínima, rápida | Demorada (encher, pressurizar, secar) |
Dados fornecidos | Detalhados, em tempo real | Apenas aprovação/reprovação |
Sensibilidade | Alta (falhas em estágio inicial) | Baixa (apenas falhas evidentes) |
O quão preciso é o ECT?
O ECT é de 4 a 8 vezes mais sensível que o teste hidrostático. Detecta trincas microscópicas, cavidades por corrosão e afinamentos muito antes de ocorrer qualquer vazamento.
É usado com confiança em geradores de vapor nucleares devido à sua precisão e repetibilidade. Com equipamentos modernos e calibração adequada (como na norma ASTM E243), é possível até medir a profundidade de falhas.
Vantagens do Ensaio por Correntes Parasitas
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Detecta falhas antes de se tornarem críticas: Permite ações preventivas.
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Não destrutivo e sem sujeira: Sem risco de estourar tubos fracos.
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Rápido e eficiente: Ideal para inspeção de milhares de tubos em paradas curtas.
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Cobertura total do tubo: Inspeção de 360° com bobinas internas ou externas.
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Resultados imediatos e rastreáveis: Dados em tempo real, com registro histórico.
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Menor tempo de inatividade: Pode ser feito durante manutenção planejada sem desmontagem.
Por que o ECT é ideal para tubos de cobre e ligas?
Tubos de cobre e ligas como C12200, C44300 e C70600 são comuns em trocadores de calor por sua condutividade e resistência à corrosão — mas têm paredes finas.
O ECT consegue detectar defeitos mínimos sem aplicar esforço físico, o que preserva a integridade do tubo. Por isso a norma ASTM B111 prioriza o ECT como método padrão de inspeção (Copper Development Association).
Por que o ECT é preferido em aplicações industriais e nucleares?
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Segurança e manutenção preditiva: Uma trinca em gerador de vapor nuclear pode causar contaminação. O ECT evita esse tipo de falha crítica.
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Conformidade com normas: ASTM B111 exige ECT como método principal. Teste hidrostático é opcional.
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Confiabilidade e operação contínua: Detecta tubos enfraquecidos antes que causem paradas inesperadas.
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Aplicável a diversos materiais: Funciona com cobre-níquel, latão, Inconel®, aço inox, etc.
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Economia e praticidade: Dispensa grandes volumes de água, bombas e andaimes. Equipamentos são portáteis e podem ser usados apenas nas áreas críticas.
Por Que o ECT Supera o Teste Hidrostático na Norma ASTM B111
O ensaio por correntes parasitas é hoje o método preferido de END para tubos sob a norma ASTM B111.
É mais sensível, rápido, confiável e seguro. Enquanto o teste hidrostático apenas confirma que o tubo “não vaza agora”, o ECT verifica se há falhas que podem evoluir para vazamentos no futuro.
Em ambientes industriais críticos, onde segurança e continuidade são indispensáveis, ECT é a escolha ideal para garantir integridade e eficiência operacional.
Referências
“Especificação para tubos de cobre e ligas de cobre sem costura para condensadores”, ASTM International. https://store.astm.org/b0111_b0111m-18a.html
“Prática padrão para exame eletromagnético (correntes parasitas) de tubos de cobre e suas ligas”, ASTM International. https://www.astm.org/e0243-20.html
“Código ASME para caldeiras e vasos de pressão”, ASME. https://www.asme.org/codes-standards/find-codes-standards/bpvc
“Ligas de cobre-níquel em ambientes marinhos”, Copper Development Association. https://www.copper.org/applications/marine/cuni/
“Centro de Recursos em Ensaios Não Destrutivos”, NDE-ED. https://www.nde-ed.org